Santa Catarina é destaque no Ranking do Anuário Cidades Mais Seguras do Brasil de 2024. O levantamento aponta o estado como o mais seguro do país, e Florianópolis também lidera a lista entre as capitais.
Além disso, Jaraguá do Sul, Blumenau, Brusque e Palhoça aparecem entre os 30 municípios mais seguros. O destaque é baseado nas informações repassadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública referente ao ano de 2023.
O índice de segurança é determinado pelo cálculo da taxa de assassinatos a cada 100 mil habitantes, uma forma de medição utilizada em escala mundial. O estado tem uma taxa de 9,2 homicídios a cada 100 mil habitantes.
São Paulo, com 10,5, aparece em segundo, e o Distrito Federal, que tem 14,3, em terceiro. O estudo leva em conta os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde.
Já no ranking das capitais mais seguras, quem está no topo é Florianópolis, com uma taxa de 10 homicídios a cada 100 mil pessoas. O pódio é formado também por São Paulo, com 11,8, e Brasília, com 14,3.
O estudo ainda aponta as 30 cidades mais seguras de uma maneira geral, e Santa Catarina aparece bem posicionada através de Jaraguá do Sul, em 5º; Blumenau, em 12º; Brusque, em 13º; e Palhoça, em 22º.
Visita de Bolsonaro
Somente nos próximos dias será possível analisar a passagem do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pelo estado. Foi possível notar que ele foi saudado nas ruas e abordado por pessoas no camelódromo.
No entanto, o discurso da noite de ontem, que outrora, mesmo com tempo ruim, reuniria uma multidão, juntou um público limitado. Tanto que Bolsonaro não permaneceu mais de 30 minutos no local.
Um comentário de uma eleitora apoiadora do ex-presidente, em uma rede social, me chamou a atenção. Ela disse que “uma coisa é o Bolsonaro, outra são os políticos menores” e completou: “Independente do Bolsonaro, não é ele quem escolhe quando se dá uma eleição municipal”, afirmando que não votará no candidato do PL.
Esse é um sentimento que merece atenção. Mas, somente o tempo dirá se houve alguma mudança ou não.
Qual o impacto?
A questão que deve ser observada é: qual o impacto real da visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Santa Catarina? A pergunta é pertinente, pois esses mesmos candidatos que ele visitará já estão, desde o início do pleito municipal, se anunciando como “candidatos do Bolsonaro”, levam o 22 no peito e publicam fotos nas redes sociais ao lado do ex-presidente.
Mesmo assim, estão atrás nas pesquisas. Portanto, se bastasse se dizer bolsonarista para vencer a eleição, esses candidatos já não deveriam estar à frente com ampla vantagem nas pesquisas? A pergunta já nos traz uma clara resposta.
Incomodado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou uma expressão de poucos amigos em alguns momentos da agenda de ontem. O fato é que Bolsonaro não gosta de fazer campanha para quem ele não tem muita proximidade.
Um exemplo é Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo. O mais perto que ele esteve do candidato emedebista, que é apoiado por ele, foi no evento de 7 de setembro, onde Nunes entrou mudo e saiu calado. O único gesto até agora foi um vídeo gravado para o emedebista.
Curiosamente, o candidato que receberá mais atenção de Bolsonaro é Alexandre Ramagem, no Rio de Janeiro, que, segundo as pesquisas, perderá a eleição ainda no primeiro turno para Eduardo Paes (PSD).
Impactos no PL 1
Esta eleição municipal deixará profundas marcas no PL catarinense, sobretudo em duas lideranças do partido que não podem ser menosprezadas: os deputados Ana Caroline Campagnolo e Carlos Humberto Silva. Campagnolo foi dura em uma crítica ao encontro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o candidato do partido em Navegantes, Rogério da Equilíbrios.
“Infelizmente, Bolsonaro passou pela cidade e colocou no seu carro de som quem está usando o 22 para prefeito. Eu não estive presente justamente para não me misturar e não usarem meu nome dizendo que também apoio a sacanagem que aconteceu em Navegantes. Foto com Bolsonaro não deveria apagar a memória das pessoas”, escreveu a parlamentar, que também fez duras críticas ao deputado federal Jorge Goetten (Republicanos) e ao senador Jorge Seif (PL).
“Para mim, é só mais uma vez Goetten e o senador Jorge Seif fazendo cagada. Não esquecendo que o senhor senador lutou pelo aumento de impostos para a Shein, prejudicando os mais pobres. Não basta ir ao show da Madonna e colocar a culpa na esposa, tem que defender imposto alto e colocar o Bolsonaro em ciladas políticas. Esses não têm meu apoio”, afirmou.
Impactos no PL 2
Já o deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL) se tornou um crítico da candidatura de seu partido em Balneário Camboriú. Nome certo para o pleito e com bom desempenho em pesquisas pré-eleitorais, Silva foi tirado do cenário pelo prefeito Fabrício Oliveira (PL), que optou por Peeter Lee Grando (PL).
Silva não fala oficialmente, mas apoia a eleição de Juliana Pavan (PSD) para a prefeitura. Seu pai, Carlos Humberto, é um dos coordenadores de campanha da pessedista. A mágoa de Silva é grande. Fontes do PL afirmam que ele deverá deixar a liderança do governo na Assembleia Legislativa.
A mesma mágoa atinge Campagnolo, que viu a candidata que apoiava em Navegantes ser alijada da eleição, e seu nome preferido para Itajaí teve que se contentar em disputar como vice para não ficar de fora do pleito.
Em Criciúma
A ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Criciúma, hoje à noite, gera a seguinte expectativa: quanto público ele atrairá e qual o percentual dessas pessoas será, de fato, de Criciúma. Isso porque lideranças e pessoas ligadas ao partido, de outros municípios da região, estão sendo convidadas para prestigiar o evento organizado pela campanha de Ricardo Guidi (PL).
Perdendo nas pesquisas, Guidi vê na visita de Bolsonaro a última chance de tentar mudar o cenário. A questão é que as mesmas pesquisas já revelaram que o ex-presidente não tem uma forte influência no voto dos criciumenses, que se baseia muito mais em questões locais.
Candidatos questionados
Com a queda nas pesquisas dos candidatos do PL em Itajaí, Balneário Camboriú, Criciúma e São José, os bolsonaristas começam a questionar os candidatos escolhidos pelo PL estadual, fazendo uma relação com o problema de São Paulo entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal.
Jogando contra
O processo eleitoral da OAB/SC nem começou, e alguns movimentos já começam a chamar a atenção. Na entidade, já há certeza de onde partem os ataques apócrifos contra a situação.
“Tudo isso vindo justamente de quem prega transparência. Enquanto isso, a advocacia catarinense, com o manifesto de ontem de 53 presidentes de subseções, se une em torno do projeto de Juliano Mandelli, validando a gestão histórica de Cláudia Prudêncio”, destacou uma fonte ligada à atual gestão.
O que chama a atenção é que a entidade não terá união nem mesmo para fortalecer uma possível candidatura de Rafael Horn para presidir a OAB nacional, o que seria um fato histórico para Santa Catarina. A tendência, hoje, é que se formem três chapas para a disputa.
Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.
O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.