Região Balneário / Itajaí

O poder populacional dos partidos em Santa Catarina

O foco de Adriano Silva; delegado Egídio prepara a transição, entre outros destaques

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O poder populacional dos partidos em Santa Catarina
Foto: Arquivo / Governo de SC

A coluna segue com o raio-X da eleição em Santa Catarina, trazendo os números que mostram a força real de cada partido. Segundo dados do IBGE, o estado tem uma população de 8.058.441 pessoas.

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O PL passará a governar, no próximo ano, 2.921.277 pessoas, o que representa 36,25% da população. O PSD será o segundo maior partido, governando uma população de 2.141.854 pessoas, ou 26,58% dos catarinenses.

O MDB será o terceiro maior partido ao governar 1.187.030 habitantes, 14,73% da população. Quem surpreendeu foi o Novo, que governará 679.304 pessoas, o que representa 8,43% dos catarinenses.

É seguido de perto pelo Progressistas, que governará 619.556 pessoas, 7,69%. O Cidadania administrará uma população de 174.935 habitantes, ou 2,17%. Detalhe: deverá perder 164.981 pessoas, caso se confirme a ida da prefeita eleita de Lages, Carmen Zanotto, para o PL.

No bloco de baixo, temos o PSDB com uma população de 147.367 pessoas, 1,83%. O União Brasil governará para 90.184 catarinenses, ou 1,12%.

O Podemos terá 44.835 pessoas, o que representa 0,56%. O PT governará para 30.877 pessoas, 0,38% da população, enquanto o Republicanos administrará 21.222 habitantes, 0,26%.

Vice-prefeito

Ontem, divulguei o número de prefeitos eleitos por partido. Já em relação a vices, o MDB é o partido que mais elegeu, com 59 vice-prefeitos. Em segundo, vem o PL, com 55. O PSD elegeu 47, seguido pelo Progressistas com 45.

O PSDB e o União Brasil terão 26 vices. O Podemos elegeu 15, o PT, 9, o Republicanos, 6, o Novo e o PSB elegeram 2 cada, enquanto o Cidadania, PRTB e PDT elegeram um cada.

O que dizem os números

O cenário populacional mostra um maior equilíbrio entre as principais forças do estado. Mesmo assim, o PL tem a vantagem de possuir o maior número de prefeituras, porém, com um percentual abaixo dos 50%, o que lhe daria, se tivesse, uma força absoluta na disputa por espaço.

Olhando para 2026, o PL tem hoje no PSD o seu maior adversário. O Progressistas, que está alinhado com o governador Jorginho Mello (PL), até poderia desequilibrar a balança, mas não contava com o desempenho do Novo, aliado dos pessedistas, em relação ao número de pessoas governadas, o que impede uma vantagem maior dos liberais.

Conforme escrevi ontem, o MDB será o grande fiel da balança.

Fator local  

Pessoas próximas a Robson Coelho (PL), que foi eleito prefeito de Itajaí, e Alexandre Xepa (PL), que ganhou em Itapema, entraram em contato para concordar com a coluna de ontem, que questiona interferências externas, como a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no processo eleitoral em Santa Catarina.

No caso de Coelho, o desgaste da gestão de Volnei Morastoni (MDB) deu a vitória ao liberal, enquanto Xepa contou com a força local da prefeita Nilza Simas (PL).

O tamanho de Seif
Foto: Sávio James / Arquivo

O senador Jorge Seif Júnior (PL) acabou sendo exposto ao não conseguir eleger o próprio filho em seu reduto eleitoral, Itapema, onde instalou sua base. Jorginho Seif (PL) obteve apenas 286 votos para a Câmara de Vereadores, o que representa 0,76%.

O resultado foi um claro recado para Seif sobre a avaliação do eleitorado quanto ao seu mandato. O fato é que a derrota não pode ser contabilizada ao filho; a conta é do senador, que acreditou ter uma força política que, na verdade, não tem.

Topázio
Topázio Neto vence no primeiro turno e é reeleito em Florianópolis
Foto: Arquivo

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), anunciou que pretende cumprir seu mandato de quatro anos. No entanto, a política é dinâmica, e o pessedista pode ser chamado pelo governador Jorginho Mello (PL) para disputar um cargo eletivo em 2026.

Mesmo reeleito, Topázio precisará trabalhar para criar uma base política em seu entorno. Sem isso, é ilusão achar que poderá passar de uma primeira vitória eleitoral para voos maiores, como uma candidatura majoritária estadual.

Segundo mandato

Ao ser reeleito, o prefeito de Palhoça, Eduardo Freccia (PL), mantém a força de seu grupo político, liderado pelo deputado estadual e ex-prefeito Camilo Martins (Podemos). Freccia terá duas ações em seu governo que poderão lhe dar uma boa musculatura para pensar em projetos maiores nos próximos anos.

Tanto a construção do Hospital Regional quanto a universalização dos serviços de água e esgoto são vistas como iniciativas com grande potencial de impacto na população.

O foco de Adriano
Partido Novo comemora crescimento e votação histórica em Santa Catarina
Foto: Divulgação

O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), manteve-se sereno, mesmo após uma reeleição com 78,69% dos votos. Segundo ele, a gestão responsável fez com que os eleitores lhe confiassem mais um mandato. Silva sairá para descansar com a família por alguns dias. Na volta, deverá conversar sobre sua equipe de governo, que não deverá ter grandes mudanças, além de tratar da presidência da Câmara de Vereadores.

Ele se reunirá com os eleitos que farão parte de sua base. Sobre 2026, o prefeito disse que não é seu foco no momento, mas, ao ser questionado se descarta a possibilidade de uma candidatura, afirmou que, por ora, sim, mas deixou as portas abertas para o futuro ao dizer: “Deus é quem vai guiar o futuro”.

O futuro

Em sua coluna de ontem no SCemPauta, o colega Luiz Veríssimo escreveu que, numa eventual candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), à Presidência da República, seria provável que o prefeito de Joinville Adriano Silva disputasse ao Senado.

Transição em Blumenau

O deputado estadual Egídio Ferrari (PL), eleito prefeito de Blumenau, destacou como um dos pontos fortes de sua vitória a união de forças. Ontem, ele conversou com a vice-prefeita, Maria Regina Soar (PSDB), que também será sua vice, e com o atual prefeito, Mário Hildebrandt (PL). Já está sendo organizada a transição.

Quanto à formação de seu colegiado, Ferrari disse que pensará com calma e que não tem obrigação com nenhum partido, pois não fez acordos envolvendo cargos. Sobre uma possível influência de Hildebrandt em sua gestão, ele fez questão de afirmar que o mandato será seu.

Relação com a Câmara

Sobre a Câmara de Vereadores de Blumenau, Egídio Ferrari (PL) disse que, mesmo tendo uma boa base, tentará construir uma relação cordial com os demais vereadores. Inclusive, relatou que conversou com os dois vereadores eleitos pelo Novo, Diego Nasato e Bruno Win, que sinalizaram interesse em manter uma relação cordial.

Vitória maiúscula

A vitória expressiva do prefeito de Navegantes, Libardoni Fronza (PSD), que se reelegeu com 81,58% dos votos — o maior percentual depois do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) —, coloca Liba, como é chamado no município, como um dos nomes de peso do PSD para a eleição proporcional de 2026. É provável que Fronza dispute uma vaga na Assembleia Legislativa.

Críticas

Não faltam críticas ao desempenho do empresário Rogério da Equilíbrios, escolhido pelo deputado federal Jorge Goetten (Republicanos) para ser o candidato do PL em Navegantes. A maior crítica vem da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL), que não aceitou a intervenção informal de Goetten no partido para retirar a vereadora Lú Bittencourt, que seria vice na chapa de Libardoni. Rogério obteve apenas 7.460 votos, o que representa 17,57%.

Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.

O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.

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