Região Santa Catarina

Laudo revela a causa da morte de dentista

Fala de Amin recebe críticas e outros destaques

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Laudo revela a causa da morte de dentista

Um laudo pericial complementar da Polícia Científica do Estado confirmou que o dentista Cezar Maurício Ferreira morreu em decorrência de um problema cardíaco e não por consumo de álcool, como foi inicialmente divulgado. O documento atesta que a causa da morte foi uma “arritmia cardíaca causada por cardiopatia hipertrófica”, condição da qual o dentista era portador. A família de Cezar, por meio do advogado Wilson Campos, afirma que os sintomas apresentados — desorientação e incapacidade de comunicação — foram equivocadamente tratados como sinais de embriaguez ao volante. Segundo a nota divulgada, o exame toxicológico já havia confirmado a ausência de álcool no organismo, reforçando a tese de erro grave na condução do caso.

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Família denuncia

Após a divulgação do laudo que confirma a morte de Cezar Maurício Ferreira por uma grave cardiopatia, a família do dentista denuncia novas tentativas de justificar sua prisão. Segundo o advogado Wilson Campos, surgem agora versões alternativas sugerindo que os medicamentos usados por Cezar teriam provocado os sintomas que levaram à detenção — o que, para ele, é mais uma tentativa infundada de livrar os responsáveis das consequências. A nota à imprensa afirma que apenas um policial militar mencionou a existência de “odor etílico”, fator que teria motivado a prisão por embriaguez. A delegada e outros agentes já reconheceram, no novo inquérito, que não havia cheiro de álcool. Um dos policiais, inclusive, teria dito que Cezar fingia desorientação para escapar do escândalo. Campos considera que tais versões tentam desviar o foco da negligência que levou à morte do dentista. Para a família, o caso foi marcado por preconceito, omissão e falhas graves no protocolo de atendimento.

Desagradou 1

O senador Esperidião Amin (Progressistas) conseguiu desagradar a todos com sua tentativa de defender os atos de Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. Em meio aos riscos de prejuízos e demissões em massa, Amin gravou um vídeo para fazer um afago em Eduardo, que tem criticado a missão de senadores brasileiros — da qual Amin faz parte — para não perder o apoio dos bolsonaristas. A questão é que Amin tenta se equilibrar entre duas canoas. Considerado como uma das mentes diferenciadas da política nacional, o senador usa de sua inteligência para criar uma narrativa que se choca com o momento atual. Será que o senador fará a mesma defesa frente aos milhares de trabalhadores das indústrias da madeira e moveleira de Santa Catarina, que, neste momento, estão em férias coletivas, temendo serem demitidos quando voltarem, por conta do tarifaço? Essas pessoas não querem ouvir o “pai Amin”. Elas querem que o “senador Amin” defenda os interesses do país.

Desagradou 2

O que talvez o senador Esperidião Amin (Progressistas) não entenda é que não conseguirá agradar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), devido à sua atuação nos Estados Unidos, na missão dos senadores que tentam sensibilizar os congressistas e empresários americanos a favor do Brasil, e, com essa declaração pró-Eduardo, incomoda setores da indústria que estão receosos com os impactos do tarifaço americano.

Seif também

O senador Jorge Seif Júnior (PL) também partiu para a defesa de Eduardo Bolsonaro (PL). É importante que os trabalhadores das indústrias afetadas pelo tarifaço o questionem sobre como recuperar os seus empregos caso sejam demitidos. Tem gente que não está entendendo a gravidade do momento e o quanto isso afetará a economia de Santa Catarina, com o sufocamento da indústria, que provocará fortes impactos em setores como o comércio e o de serviços. E, a depender do que ocorrer, até mesmo esses setores poderão ter que tomar medidas drásticas.

Sensatez

Uma das manifestações mais sensatas no meio político catarinense a respeito do tarifaço foi a do deputado federal Jorge Goetten (Republicanos). “Neste momento, não há espaço para disputas partidárias. O nosso compromisso deve ser com o Brasil, com a nossa economia, com os empregos e com as indústrias. Este não é o tempo de pensar em eleições ou ganhos políticos. Precisamos estar juntos. O adversário hoje é externo — são os Estados Unidos e essa injustiça contra o nosso país. Se não conseguimos nos unir agora, então quando será? A hora é de defender o Brasil”, declarou Goetten.

Polícia Civil

A Polícia Civil comemorou, no dia de ontem, 213 anos de atuação em defesa da sociedade catarinense. A data foi celebrada com uma cerimônia na Academia da Polícia Civil (Acadepol), em Florianópolis, marcada pelo anúncio de um pacote de investimentos que ultrapassa os R$ 55 milhões e pelo lançamento do Inquérito Policial Digital, nova ferramenta que promete agilizar e modernizar os procedimentos investigativos. O evento contou com a presença da vice-governadora Marilisa Boehm (PL), da procuradora-geral de Justiça, Vanessa Cavalazzi, e do delegado-geral Ulisses Gabriel, que destacaram a importância do fortalecimento da estrutura policial. Parte dos investimentos anunciados está voltada à proteção dos próprios agentes. Segundo anunciado durante o evento, somente em 2025, cerca de R$ 6 milhões foram aplicados na aquisição de dois mil coletes balísticos, 145 carabinas, 460 mil munições, dez fuzis de precisão e 44 novas viaturas.

Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.