A atitude do deputado federal Ricardo Guidi (PSD) de não assinar uma nota em conjunto com as demais lideranças de seu partido pode ser um sinal de que já tomou a decisão de se filiar ao PL e que estaria apenas ganhando tempo para continuar na mídia por causa da “indefinição”.
Conforme divulgado ontem, o documento foi elaborado a partir de uma reunião entre Guidi, o deputado estadual Júlio Garcia, o prefeito de Criciúma Clésio Salvaro e o vereador Arleu da Silveira. No encontro, foram definidos os critérios para a escolha do candidato pessedista à Prefeitura. Tem quem veja a atitude “como pura molecagem de quem está enrolando a todos com segundas intenções”.
O fato é que a negativa do deputado de assinar o documento divulgado ontem também foi vista como uma demonstração de temor, já que os critérios apontam para uma pesquisa com os dois nomes que pleiteiam a vaga de candidato à Prefeitura.
Guidi tem afirmado que lidera as pesquisas, portanto, teria a clara oportunidade de provar o que tem dito. Se não aceitar, perderá de vez o discurso e, caso queira ir para o PL sem perder o mandato parlamentar por infidelidade partidária, não conseguirá.
Como me disse uma fonte do PSD: “Sempre demos todas as condições para ele. Nunca o barramos, mas ele precisa entender que, num partido, todos têm o direito de querer ser candidato, e é o caso do Arleu (Silveira). Se ele (Guidi) acha que é mais preparado e tem mais voto, então que aceite participar da pesquisa que faremos, respeitando as regras estabelecidas”, desafiou.
Resolveu?
O deputado estadual Egídio Ferrari me disse ontem à noite que disputará a eleição à Prefeitura de Blumenau pelo Partido Liberal. Ele relatou que foi informado de que já está tudo certo e que poderá trocar o PRD pelo PL.
Caso não dê certo a mudança de partido, os liberais já estão se convencendo a lançá-lo pelo partido nanico, com a posterior filiação após o processo eleitoral, caso Ferrari seja o vencedor. Mas, segundo o deputado, isso não será necessário.
Disputa em BC
O entorno do prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL), demonstra uma certa crença de que o candidato à sucessão será um nome abençoado por Fabrício. No entanto, em conversas com algumas fontes que aceitaram falar na condição de anonimato, soube que se o governador Jorginho Mello (PL) escolher o deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL) para a disputa, a situação do prefeito no partido deverá ficar insustentável. Acontece que, além da candidatura do seu ex-vice-prefeito, que se tornou um rival, também há a forte possibilidade da perda do comando do PL em Balneário Camboriú.
O plano B
Uma das fontes reafirmou o que já me foi dito pelo próprio Fabrício Oliveira (PL), de que não subirá no palanque caso o deputado Carlos Humberto Silva (PL) seja o candidato a prefeito. A mesma pessoa admite que a situação é difícil para Fabrício, já que o governador Jorginho Mello (PL) barrou todos os outros nomes que lhe foram apresentados pelo atual prefeito.
Somente Rubens Spernau, que já decidiu declinar, seria aceito. O fato é que Fabrício aguarda a decisão de Jorginho para decidir o que fará. Mas, pelo que me disseram as fontes, é quase certo que ele deixará o PL, caso encontre um partido disposto a ter um indicado dele como candidato a prefeito. “Buscaremos um partido que seja viável e que não tenha risco de interferência”, afirmou a fonte.
Deslocamento proposital
A fonte também admitiu que em toda a agenda pública do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Balneário Camboriú, durante o feriado, em que a Prefeitura tinha algum comando, foi feito um trabalho para provocar um deslocamento proposital do deputado estadual Carlos Humberto Silva (PL), para afastá-lo do ex-presidente. A ideia foi tentar ao máximo atrapalhar uma aproximação do parlamentar com Bolsonaro. Pelo que ouvi, a missão foi cumprida com êxito.
De volta
O MDB de Florianópolis segue sendo presidido por Fúlvio Rosar. Porém, o presidente da Câmara de Vereadores João Cobalchini voltou ontem à noite para o partido e deve assumir, ao lado de Fúlvio, o comando da organização do projeto emedebista. A volta de Cobalchini foi prestigiada.
Deputados estaduais e federais, a exemplo de seu pai, Valdir Cobalchini, e de Carlos Chiodini, o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal, a senadora Ivete da Silveira e o ex-governador Paulo Afonso Vieira. “Onde o MDB está, o governo vai bem. Não é à toa que Santa Catarina é o melhor estado para se morar do Brasil. Santa Catarina de Luiz Henrique, de Paulo Afonso, de Valdir Cobalchini. Estou de volta à família MDB”, afirmou. Quem também prestigiou foi o prefeito Topázio Neto (PSD), que terá o MDB no seu projeto de reeleição.
Pré-candidatos em Chapecó
A chapa do Partido Liberal de Chapecó para a Câmara de Vereadores terá dois ex-candidatos à Prefeitura: Luciane Stobe e Leonardo Granzotto. Também terá um suplente de deputado federal, Leandro Sorgatto, e o ex-secretário Américo do Nascimento Júnior, que reaparece no cenário político local.
Também estão na chapa que será formalizada no período eleitoral o gerente regional da Celesc, André Curtarelli, Claudinei Pacheco e dois vereadores do partido que tentarão a reeleição: Fernando Cordeiro e André Kovaleski. O que chamou a atenção é que a fonte não citou o também vereador Neuri Mantelli.
Sem clima
O fato é que não há mais clima para o vereador de Chapecó, Neuri Mantelli, no Partido Liberal. Nem o governador Jorginho Mello (PL) é simpático à sua permanência. Uma fonte do partido me disse que a ideia é não garantir a candidatura à reeleição de Mantelli e levá-lo a disputar a convenção.
É o momento que o partido entende como viável para impedir a candidatura do vereador. Mantelli não tem uma boa relação, nem mesmo, com o presidente local do PL, Leandro Sorgatto.
Barbieri no Progressistas
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (ABRAMILHO) e presidente da Câmara Setorial do Milho do Ministério da Agricultura (MAPA), Enori Barbieri, assinou, ontem, a ficha de filiação ao Progressistas.
O ato ocorreu no Hotel Majestic em Florianópolis. O evento contou até mesmo com a participação online do presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira, e da senadora Tereza Cristina.
Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.
O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.