A população da Grande Florianópolis e Tijucas sentiu o temor de que uma nova onda de atentados voltasse a assombrar o estado, como em 2014, devido aos graves acontecimentos do último sábado (19). Guerra de facções criminosas e a tentativa de desviar a atenção das autoridades com ações orquestradas na região colocaram em xeque a segurança, especialmente no Morro do Papaquara, epicentro dos conflitos.
O que se pode tirar do ocorrido é que foi um teste de fogo para o setor de segurança do estado. As forças policiais deram uma demonstração de eficiência e, através de uma ação coordenada, conseguiram impedir que a situação ganhasse corpo, o que mais uma vez geraria caos para a sociedade catarinense.
Porém, há uma questão: o Setor de Inteligência sabia e alertou que haveria a tentativa de invasão e não foi ouvido. Ou não conseguiu detectar a ação preparada por uma facção?
O secretário de Estado da Segurança, coronel Flávio Graff, afirmou que a inteligência da Polícia Militar estava ciente da ação, o que permitiu uma resposta preventiva e eficaz. As forças policiais já estavam posicionadas no Papaquara quando membros de uma facção rival, armados e preparados para uma chacina, segundo me disse Graff, chegaram à comunidade.
Contudo, isso não elimina a necessidade de questionar o desmantelamento da Diretoria de Informação e Inteligência (DINI), ocorrido no governo de Carlos Moisés da Silva. Mesmo com a garantia de que a DINI continua operando, coordenando com outros setores da segurança o Grupo de Avaliação e Monitoramento de Facções Criminosas, é evidente que esse importante órgão precisa ser fortalecido e tratado como prioridade de Estado.
Santa Catarina, com sua qualidade de vida, oportunidades de negócios e poder aquisitivo elevado, atrai a atenção de organizações criminosas. Por isso, um trabalho de inteligência bem estruturado é essencial para a segurança do estado.
Houve avanços, como o serviço de cibersegurança da Polícia Civil, mas ainda é necessário melhorar o controle de entrada e circulação no estado e, principalmente, reforçar os mecanismos de inteligência. No mais, o saldo dos conflitos de sábado é de 18 presos e um faccionado morto.
Além disso, dois outros criminosos foram levados para o hospital. O estado de saúde não é conhecido. Os setores de segurança também falam de um arsenal que teria sido apreendido, mas não foram divulgados detalhes.
Efetivo do show
O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, fez questão de informar que o efetivo direcionado ao show do ex-Beatle Paul McCartney, na Ressacada, não atrapalhou o trabalho de segurança na Grande Florianópolis. Segundo Graff, foram utilizados no evento policiais em formação, da academia, o que fez com que o trabalho normal não fosse afetado.
MDB
A bancada estadual do MDB discutirá amanhã, no tradicional almoço das terças, o convite do governador Jorginho Mello (PL) e a repercussão dentro do partido. Apesar do sentimento de que Antídio Lunelli (MDB) deverá aceitar o convite, também há quem avalie os posicionamentos contrários da base. Deverá ser feito contato com os deputados federais para agendar uma reunião ampliada.
Primeiro secretário de Juliana
A prefeita eleita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan (PSD), já está organizando a transição de governo. Ela selecionou sete integrantes para sua equipe, que contará com o apoio de um grande grupo de profissionais de diversas áreas.
Entre os nomes, destaca-se o empresário e engenheiro Carlos Humberto Silva, pai do deputado estadual Carlos Humberto (PL), que será o secretário de Planejamento. Juliana durante a conversa deixou escapar que Silva, ex-secretário de Turismo do município e presidente do Sinduscon, já aceitou o convite.
Outro nome confirmado é Leonardo Índio, coordenador da campanha, que será o chefe de gabinete.
Transição e auditoria
Antes mesmo de iniciar formalmente a transição em Balneário Camboriú, a prefeita eleita Juliana Pavan (PSD) já tem informações sobre a situação fiscal do município, o que lhe causa preocupação. Ela também planeja contratar uma empresa para auditar as contas do município, com o objetivo de realizar esse trabalho paralelamente à gestão, sem comprometer as ações de governo.
Juliana planeja anunciar, no início do próximo ano, um plano para os primeiros 100 dias de gestão, com foco em transparência, combate à corrupção e reforma administrativa.
Sequência nos contratos
Juliana Pavan (PSD) pretende iniciar seu mandato mantendo os contratos de transporte coletivo, limpeza urbana e licitação para o retorno às aulas, a fim de evitar prejuízos à administração e à população. Ela também destacou que não teme que algumas de suas medidas se tornem impopulares.
“Eu não me elegi para agradar, mas para fazer uma boa gestão para a cidade e para as pessoas. Vamos melhorar e agilizar os serviços públicos”, afirmou.
Reforma administrativa
A prefeita eleita Juliana Pavan (PSD) pretende apresentar ao atual prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL), antes do fim do ano, um pacote de reforma administrativa. A intenção é que a Câmara de Vereadores aprove a proposta para que, no início de sua gestão, ela já possa trabalhar com a nova estrutura de governo.
Caso o prefeito não aceite a proposta, Juliana afirmou que enviará o pacote já nos primeiros dias de seu mandato.
Força de Schiochet
Em Jaraguá do Sul, há uma tendência de que o deputado federal Fábio Schiochet (UB) seja o mais votado na região para a Câmara Federal em 2026. Com a mudança do deputado Carlos Chiodini (MDB) para Itajaí, Schiochet ganhou mais espaço.
Em 2018, ele foi o mais votado na região, ainda pelo PSL, e em 2022 foi o sexto. O bom desempenho do União Brasil nas eleições municipais deste ano reforça o crescimento de Schiochet na região. O partido elegeu dois vereadores entre os mais votados do pleito.
Crianças
A deputada federal Ana Paula Lima (PT), secretária da Primeira Infância na Câmara dos Deputados, participou da abertura da exposição “Direito de ser Criança”, em exibição até o próximo dia 25 no Anexo I do parlamento.
Durante o evento, a deputada ressaltou os avanços conquistados na defesa dos direitos das crianças, iniciados com a promulgação da Constituição de 1988 e a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990.
Ana Paula destacou a relevância de legislações como a criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Marco Legal da Primeira Infância, reforçando a necessidade de um compromisso coletivo para garantir a efetividade dessas leis.
Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.
O jornalista tem se destacado por furos de fatos de grande repercussão em Santa Catarina, além de matérias investigativas e revelações dos bastidores de importantes investigações e da política.