
Conforme a coluna noticiou, o senador Esperidião Amin (Progressistas) embarcará no início da próxima semana para os Estados Unidos, em uma missão do Senado para discutir com congressistas e empresários americanos a taxação de 50% que o presidente Donald Trump promete impor ao Brasil a partir do próximo mês. A estratégia do grupo suprapartidário, que contará com senadores do PL, PT, Progressistas, MDB e Podemos, será a de mostrar que o tarifaço atingirá os dois países. Amin me disse que a ideia é azeitar as relações com o maior parceiro comercial de Santa Catarina, na tentativa de reverter a situação ou, no mínimo, ganhar tempo através do adiamento do início da taxação.
Prejuízo para todos
O senador Esperidião Amin (Progressistas) lembra que o hambúrguer, prato típico dos americanos, requer uma mistura de carnes oriunda do dianteiro do boi, que não é consumido no Brasil que exporta para os Estados Unidos. Ele defende que a taxação tende a mudar a carne usada no prato, o que provocará uma mudança no sabor já conhecido, afetando o paladar do consumidor americano. “Isso não será bom para o Trump (Donald). O café do Brasil tem um sabor diferente, e a laranja, do suco deles, somente o Brasil é que vende”, destacou, lembrando que mexer na alimentação da população dos EUA poderá gerar problemas para o governo americano. Além disso, Amin afirma que até na compra de aviões brasileiros será ruim para os Estados Unidos, se o governo brasileiro resolver retaliar.
Sobre Eduardo
Questionado sobre o posicionamento de Eduardo Bolsonaro, que tem dito que tentará atrapalhar a missão, o senador Esperidião Amin (Progressistas) se negou a falar. “Eu não tenho nenhum comentário a fazer. Nós vamos cumprir o nosso dever. Eu tenho que defender o que faço; o que os outros fazem, cabe aos outros se defender. E não penso nada sobre o Trump (Donald). Apenas acho que ele está equivocado, porque os Estados Unidos são superavitários. Eu não sou contra ele, eu sou a favor do Brasil. O que ele pensa é problema dele, não meu. Se não conseguirmos nada, pelo menos cumprimos com o nosso dever”, afirmou.
Deve ficar

O deputado estadual Lucas Neves deve permanecer no Podemos. Segundo uma fonte ligada ao parlamentar, ele tem feito contas com foco na disputa pela reeleição, o que o mantém na legenda. Em declarações anteriores à coluna, Neves chegou a admitir a possibilidade de trocar de partido na próxima janela partidária, mas, ao que tudo indica, essa mudança não deve ocorrer. Com isso, o Podemos segue com sua bancada de três deputados estaduais: Ana Paula da Silva, a Paulinha, que deve disputar uma vaga na Câmara Federal, e Camilo Martins e Lucas Neves, ambos com planos de buscar a reeleição em 2026.
Caso do dentista
A coluna teve acesso ao laudo toxicológico do dentista Cezar Maurício Ferreira, que morreu no último dia 18 dentro de uma cela da Delegacia de São José, horas após ser preso. O resultado foi negativo para todas as substâncias testadas, incluindo álcool, maconha, cocaína, benzodiazepínicos, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e antidepressivos. A prisão de Cezar se baseou unicamente na alegação de “odor etílico”, feita por um dos policiais militares que atenderam à ocorrência. No entanto, o outro PM, o carcereiro, socorristas do Samu e o detento que dividia a cela não confirmaram a versão. O laudo da Polícia Civil também descartou odor de álcool, apontando, sim, para cheiro de medicamento em excesso. A revelação reforça o entendimento da família de que não havia sinais de embriaguez, mas sim um quadro clínico grave que foi ignorado pelas autoridades. A defesa afirma que o dentista estava visivelmente desorientado e que a negligência em prestar socorro adequado pode ter custado sua vida.
MP cobra apuração
Além do laudo toxicológico, que será entregue hoje para a família, descartando a presença de álcool ou drogas, o inquérito que apura a morte do dentista Cezar Maurício Ferreira ganhou novo desdobramento com um parecer contundente do Ministério Público. A coluna apurou que o MP considera imprescindível a realização de diligências complementares para investigar a possível omissão de agentes públicos no atendimento e custódia de Cezar. Preso sob suspeita de embriaguez no trânsito, Cezar foi deixado por horas sem atendimento médico, mesmo apresentando claros sinais de desorientação. A ausência de uma avaliação clínica imediata será um dos pontos centrais da apuração. Para o MP, o caso exige apuração rigorosa da conduta dos policiais militares, servidores da delegacia e demais envolvidos na custódia do dentista.
Estudantes sob suspeita
A Secretaria de Estado da Educação começou a notificar os 130 estudantes que apresentam indícios mais consistentes de irregularidades nos cadastros do programa Universidade Gratuita e do Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense (Fumdesc). Segundo a secretária Luciane Ceretta, os alunos terão cinco dias úteis para apresentar justificativas sobre as discrepâncias apontadas. Caso não respondam dentro do prazo, o benefício será suspenso. As defesas apresentadas serão avaliadas pelas Comissões Estaduais de Fiscalização dos programas. Se confirmadas as irregularidades, os estudantes serão oficialmente informados da suspensão, e os casos serão encaminhados à Polícia Civil e aos órgãos de controle para aprofundamento das investigações.

Marcelo Lula é jornalista e radialista. Atuou em emissoras de rádio e jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, faz comentários na Condá FM de Chapecó e na Rede Guararema de Rádios.