Nesta quinta-feira (2), durante a sessão da Câmara de Vereadores, uma nova versão da polêmica envolvendo um suposto atestado técnico assinado pelo prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB) surgiu. Jean Sestrem, ex-secretário de Governo, que foi exonerado do cargo após dar declarações na imprensa, denunciou o fato, que teve origem em um pedido de informação do Poder Legislativo.
Segundo Sestrem, após responder o documento da Câmara, ele juntou mais de 1.000 páginas onde apresentava provas de indícios de fraudes em um processo de licitação. A empresa que teve o atestado técnico assinado pertence ao presidente do diretório do MDB de Itajaí, Wilson Rebelo Júnior.
Na quinta, Jean esteve na Câmara, convocado pelos vereadores, onde manteve sua versão. Segundo ele, toda a documentação foi apresentada ao prefeito, mas as “provas” que ele havia juntado nunca chegaram ao poder legislativo. Ele alega que houve obstrução de investigação ao prefeito chamar para o gabinete a análise desse processo.
O Procurador Geral do Município, Gaspar Laus, também participou da sessão e confirmou que realmente Morastoni assinou o atestado técnico, na qualidade de autoridade máxima do município. Segundo o procurador, não há nenhuma ilegalidade no ato, uma vez que a empresa Ecolitoral prestou serviço diretamente para a prefeitura, através de um processo de licenciamento ambiental.
O chefe de Gabinete da Prefeito, Giovani Testoni, também esteve na Câmara e, questionado pelos vereadores, negou ter determinado o arrombamento da porta do gabinete do ex-secretário.
Briga pela sucessão
Segundo os bastidores políticos, o pano de fundo dessa confusão é a sucessão municipal de Morastoni. Wilson Rebelo Júnior foi o grande articulador da transferência do domicílio eleitoral do deputado Carlos Chiodini (MDB) para Itajaí, onde deverá concorrer à prefeitura.
Já Jean Sestrem pertence ao União Brasil, partido da base do governo que buscava a indicação do vereador licenciado e secretário de Obras, Márcio Dedé, como candidato a prefeito.
CPI a vista
Mesmo sendo uma briga política, ou de denúncias com ou sem fundamentos, esse fato cheio de acusações e brigas internas traz desgaste ao governo de Itajaí. A abertura de uma CPI na Câmara que quer investigar o episódio, talvez com o objetivo de fiscalizar, ou ainda, desgastar o governo Morastoni em seus últimos meses já é dada como certa para a próxima semana.
Mais um alargamento
Em Balneário Piçarras, o prefeito Tiago Baltt (MDB) colocou a cereja do bolo em seu projeto da reeleição. O edital para um novo alargamento da faixa de areia da praia e a urbanização da orla já está lançado. A prefeitura quer começar a obra ainda este ano e corre contra o tempo para que os trabalhos iniciem ainda antes da eleição.
O prefeito declarou que a obra desta vez será diferente, já que os molhes construídos nas proximidades da avenida Getúlio Vargas e na divisa com Penha serão uma espécie de escudo para evitar que a areia volte para o mar, como já aconteceu no passado.
Operação Mensageiro
O mandado de busca e apreensão envolvendo o deputado estadual Emerson Stein na última segunda-feira (29) movimentou a política regional. Ex-prefeito de Porto Belo, Stein está sendo investigado na operação Mensageiro que, depois de apurar corrupção na coleta de lixo em outras cidades, ampliou sua atuação para empresas de água e esgoto.
Coisas do passado
O atual prefeito, Joel Lucinda (MDB), que foi eleito em 2022, após Emerson renunciar para ser candidato a deputado estadual, foi rápido e enfático ao dizer que a operação limitou-se a investigar casos da “gestão anterior”. O interessante é que o atual prefeito não era vice de Emerson, e sim presidente da Câmara, que concorreu ao cargo em eleição suplementar.
A renúncia não explicada
Tal eleição só ocorreu porque após a renúncia de Stein, o então vice-prefeito, Elias Cabral, também renunciou, em um episódio até hoje mal compreendido, alegando apenas “motivos pessoais” para não dar continuidade ao função pública ao qual fora eleito.