A eventual candidatura de Michelle Bolsonaro a Prefeitura de Balneário Cmboriú foi um dos temas mais comentados na cidade esta semana. A ex-primeira-dama foi mencionada como uma espécie de plano B para a candidatura de Peeter Lee Grando, recém-filiado ao PL.
Foi o que se ouviu em conversas na Câmara de Vereadores e no circuito político local. No entanto, assessores próximos ao prefeito Fabrício Oliveira confirmaram que a história não procede, sendo mais uma tentativa da oposição de desgastar a imagem do “escolhido” pelo prefeito para sucedê-lo.
Filiados do PL, que pertencem ao grupo de Fabrício, garantem que Michelle Bolsonaro, apesar de estar frequentemente na cidade, não tem domicílio eleitoral em Balneário Camboriú. Se ela tem, isso é um segredo bem guardado. Segundo a legislação, o candidato teria que ter seu nome registrado na Justiça Eleitoral como residente na cidade pelo menos seis meses antes da eleição.
Enquanto Jair Renan (PL), “filho 04” de Jair Bolsonaro, está em pré-campanha desde o ano passado para a Câmara de Vereadores, a ideia de ter Michelle como candidata à prefeitura beira o absurdo, por questões óbvias e geopolíticas. Ela resumiu suas estadas na cidade à orla da praia, aos compromissos oficiais (ela é madrinha de um Centro Especializado em Autismo inaugurado recentemente pela prefeitura) e a outras visitas sociais.
Talvez ela nem saiba dos gargalos da cidade. É impossível imaginar a senhora Bolsonaro decorando os bairros de Balneário Camboriú, conhecendo os problemas féticos e ambientais da lagoa de tratamento de esgoto da cidade. E, por que não dizer, dos bolsões de pobreza da cidade e seus arredores e das filas e demoras no atendimento do Hospital Ruth Cardoso. Claro, Balneário Camboriú está a frente de muitas cidades, mas tem seus problemas.
Riscos
Talvez Michelle, pelo sobrenome, teria condições de vencer uma eleição sim. Talvez não, já que isso seria um prato cheio para seus opositores internos do PL, que poderiam acusar Fabrício de colocar mais uma vez suas vontades acima do partido. Seus adversários e candidatos diretos usariam o discurso de forasteira, de alguém que não conhece a cidade.
Análise nacional
E o talvez ainda passaria por uma análise do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em caso de derrota, pesaria o fato da ex-primeira dama não conseguir vencer uma eleição para prefeita. Balneário Camboriú, apesar de sua importância turística para o Brasil, é uma cidade pequena em comparação aos grandes centros.
Candidatura de Chiodini sacramentada em Itajaí
Por comentar em trocas de domicílio, uma que já é fato consumado é a candidatura de Carlos Chiodini (MDB) para a sucessão do prefeito Volnei Morastoni em Itajaí. O deputado federal trocou seu título de Jaraguá do Sul para Itajaí. Além disso, nesta semana, passou o comando estadual da sigla para o também parlamentar federal Valdir Cobalchini para se dedicar a campanha.
E o vice?
A convenção do MDB da cidade portuária deve definir o nome para vice-prefeito na chapa. Porém, poucos políticos querem se aventurar nessa estratégia. Muitos dizem que Itajaí já elegeu governadores, senadores e deputados, mas nunca aconteceu o contrário: pessoas de fora vindo para comandar a cidade.